29.2.08

Só mais um

Só mais um

Para terminar a série "Fevereiro no cinema" do blog, o último filme que eu fui ver.

Senhores do crime

Tatiana é uma garota russa de 14 anos que morre ao dar a luz no hospital onde trabalha Anna (Naomi Watts). Anna pega o diário da menina e pede para o tio traduzir. O tio Stepan logo diz para ela que os segredos tem que ser enterrados com os mortos.

Mas Anna faz a linha curiosa e vai atrás do dono de restaurante Semyon para traduzir o diário. Mal sabe ela que o velhote simpático é o chefão da máfia russa local. O filho dele, que é citado no tal diário, é um bebum violento que é sempre amparado pelo motorista Nicolai (Viggo Rei da Terra Média Mortensen).

Nicolai é tipo um capanga da família, ele faz coisas ruins, mas a gente vê nos olhos dele que ele não é tão mau assim.

Se eu contar mais alguma coisa estraga. Mas vou fazer só mais três comentários:

1- Viggo Mortensen (macho-que-é-macho, sempre) participa da melhor cena de luta do ano, e ele está com a malhação em dia.

2- O garoto da primeira cena deveria ter assistido Sweeney Todd para fazer o trabalho direito.

3- A máfia russa faz a máfia italiana parecer uma reunião de comadres.


E a cotação da Tia Helo para esse filme seria 732 "Ai, Jesus!", porque mesmo com toda devoção religiosa mostrada nas tatuagens, a violência corre solta.

25.2.08

Oscar número 80

Oscar número 80

Todo ano eu ameaço dormir e não ver até o fim, mas acabo ficando acordada.

Esse ano até que foi uma cerimônia enxuta, continua longa mas não tem como ser em menos de 2hrs e meia. É muita gente para receber prêmio, homenagens e aqueles numeros musicais chatérrimos.

Aliás esse ano a melhor música mesmo ganhou, do filme Once (ainda não vi), também as concorrentes eram piores do que a Celine Dion com dor de barriga. Não entendi o Eddie Vedder ter sido deixado de fora com a maravilhosa trilha de Into the Wild, mas tudo bem...

John Stewart é um ótimo host. Piadinhas certas, não enrola e é muito simpático. Adorei ele jogando wii (que deve ser uma beleza naquela tela gigantesca). A melhor piada foi com as atrizes grávidas.

E a premiação foi democrática. Foi uma coisa assim....básica...sem grandes emoções. Todos os filmes concorrendo na categoria "Melhor Filme" ganharam algum Oscar.

Onde os fracos não tem vez levou melhor filme, melhor direção, melhor roteiro adaptado (numa apresentação divertida de Josh Brolin e James McAvoy) e melhor ator coadjuvante. Javier Bardem, a grande barabada da noite, fez o melhor discurso da noite, terminando em espanhol. Muitas palmas para o Javier!

Sangue Negro levou melhor ator para Daniel Day-Lewis, segunda maior barbada da noite, e fotografia. O Day-Lewis é um homem fino, um gentleman, mas ele tem aquele aspecto de quem não toma banho nunca.

Juno levou melhor roteiro original. Eu achava que a Diablo Cody ia fazer um discurso a altura das palavaras de Juno, mas até ela foi básica e vestida de Betty Rubble só chorava.

Desejo e Reparação levou melhor trilha sonora, super merecido, pra mim foi a trilha mais marcante do ano, seguida da de Sangue negro.

Michael Clayton, Conduta de Risco, levou melhor atriz coadjuvante. Acho que essa foi a grande surpresa da noite já que todo mundo esperava Cate Blanchet ou a mãe do Denzel Washington em Gangster. Foi justo.

Sweeney Todd levou melhor direção de arte, super merecido.

E a Piaf levou melhor atriz. Marion Cotillard estava muito bonita, e não falou em francês.

Aliás os nenhum dos quatro atores era americano...Dois ingleses, um espanhol e uma francesa.

Steve Carell se fez de Michael Scott, ou de Agente 86, para apresentar melhor animação (que foi Ratatoullie). Ótimo!

Adorei que o Ultimato Bourne levou 3 Oscars, mesmo que técnicos. Foi o segundo filme mais premiado da noite. 

Muitos vestidos vermelhos. Na categoria vestido vermelho a mais bonita era Heidi Klum. E na vestido preto era Hillary Swank. Nicole Kidman tem que parar com o botox, sério. A grávida mais bonita era Jessica Alba.

George Clooney estava lindo. Ele é o cara mais cool de Hollywood. 

E, para terminar, não podia faltar: Jack Nicholson. Ele sentando em sua cadeira cativa e continua sendo a pessoa que mais se anima nessa festa. Desconfio que ele ganha muito dinheiro com isso.

22.2.08

Jones Bic

Jones Bic

O Jones, meu melhor-amigo-de-todos-os-tempos, meio que abandonou o blog dele, então vou contar aqui mais uma dele.

Jones estava saindo do escritório para uma reunião quando achou que estava esquecendo alguma coisa, lembrou e pegou uma caneta.

Aí ele saiu e logo lembrou que tinha esquecido outra coisa, voltou e pegou outra caneta.

Na reunião ele esqueceu que tinha 2 canetas no bolso e pediu uma para fazer anotações.

Resumo do dia: Jones chegou em casa com 3 canetas no bolso.

20.2.08

+ Filmes

+ Filmes

Três filmes com três assassinos. Um por ganância, um por diversão e outro porque é o que sabe fazer.


Sangue Negro

Eu gosto mais do título profético em inglês: There Will Be Blood, porque, sem dúvida, haverá sangue.

Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis eficiente como sempre) é um cara ambicioso, destemido, arrogante, avarento, ganancioso, vil. Na primeira cena do filme ele está procurando prata, encontra, cai no buraco, quebra a perna e ainda assim se arrasta até o posto de troca local para arrecadar 300 e poucos dólares. Ele tem uma obsessão: dinheiro.

Mais tarde ele já está explorando petróleo quando um acidente mata um dos seus trabalhadores que deixa um filho. Daniel toma a criança como sua, com o objetivo de criar uma imagem família para seus investidores.

O negócio dele só cresce e um dia vai parar num buraco na Califórnia chamado Little Boston onde o líquido preto brota na superfície. Ali ele tem que negociar com Eli, um garoto aspirante a pastor que acredita ser predestinado a salvar as almas locais.

A ganância de Daniel é tão grande e ele tão mesquinho que, como disse a Beth, ele não dá nem esperma. Não tem mulher para ele no filme, durante uma vida inteira ele está só, e em algumas partes com o “filho”. Ele elimina qualquer coisa, ou pessoa que possa vir interferir em seus negócios, ele não aceita ser contrariado.

Daniel e Eli batem de frente, por serem iguais. Daniel oferece a salvação da cidade através do dinheiro e Eli através da igreja.

Daniel tem a maldade a flor da pele, mas não dá para gostar de Eli.

O filme é longo, mas hora nenhuma se perde atenção. A trilha sonora é muito boa (mas eu ainda prefiro a de Desejo e Reparação), pontua com excelência as cenas e a reconstituição de época primorosa. Durante o filme não se vê muita coisa especial, é depois, na hora de debater idéias, que fica interessante.

A melhor cena do filme é o batismo de Daniel na igreja de Eli, valeu a pena esperar 2 horas por ela.

Daniel Day-Lewis é genial, mas agora que eu vi Sangue Negro posso dizer que Johnny Depp merece mais o Oscar. (ok, eu ainda não vi o Viggo Mortensen brigando pelado na sauna – semana que vem)

A Tia Helo não ia gostar de absolutamente nada desse filme. Nem da igreja que era protestante. 780 “Ai, Jesus!” para todo petróleo jorrado em Sangue Negro.


Os Indomáveis

Filmes no velho oeste americano são típicos. Muita poeira, dentes sujos, gente morta por nada, muita disputa de testosterona e cavalos são muito importantes. Eu adoro.

Aqui Dan Evans (Christian Bale, muito bom) é um coitado que perdeu um pedaço da perna lutando na guerra civil americana e teve que mudar para um clima mais seco porque seu filho mais novo está doente. Ele deve dinheiro para o agiota local e está meio sem saída.

Eis que o bandido Ben Wade (Russel Crowe) vacila e é preso, aí surge a oportunidade de Dan ajudar a levar Ben até o tal trem para Yuma as 15:10 do dia seguinte pela quantia de 200 dólares.

Acontece que Ben Wade além de assaltante, é também assassino. Ele é mau, muito mau, aliás, ele é mau just-for-the-hell-of-it. E é inteligente, e charmoso (muitos suspiros na cantada que ele deu na moça do bar – delícia) e gosta de desenhar. Ele sabe conversar, é perceptivo, faz qualquer coisa para salvar a própria pele, e ele assume isso com muita naturalidade.

Surge entre ele e Dan um elo que eu não sei bem como explicar. É um pouco de respeito com admiração mútua. E Dan está decidido a colocá-lo no trem.

Claro que o bando de Ben está ligado e vai resgatá-lo, o braço direito do bando Charlie Prince (Bem Foster, surpreendendo) é do tipo bandido e maluco. Muitos tiros, perseguição a cavalo e poeira.

Eu achei esse filme ótimo. Eu gosto de westerns, e gosto do Russel Crowe (macho-que-é-macho de carteirinha carimbada na maternidade). A Tia Helo não ia gostar de nada, 450 “Ai, Jesus!” para o trem de Yuma as 15:10.


Onde os fracos não têm vez

Os EUA não é um país para velhos, como diz o título original, No Country For Old Men. Ainda mais lá no meio do Texas.

Moss ( ex-Goonie Josh Brolin) é um cowboy, veterano do Vietnã (o filme passa em 1980) que um belo dia caçando dá de cara com um bando de mexicanos mortos, uma maleta com muitos dólares e ninguém a vista para dar conta do evento.

Ele leva a grana para casa, mas numa crise de consciência resolve voltar ao local para dar água ao mexicano que não tinha morrido. Foi aí que ele se danou. Ele acha que vai conseguir fugir e ficar com a grana, e até se sai bem em algumas, mas seu rival está um passo a frente.

Na perseguição do dinheiro e matando qualquer um que esteja no meio está Anton Chigurh (se pronuncia sugar – shugah), um assassino metódico, eficiente e amoral. Sem pena mesmo. E Javier Bardem está genial nesse papel, com cabelo chanel e tudo.

No contraponto da história está Ed Tom, o xerife prestes a se aposentar e cansado da violência. Ele vê o que está acontecendo, mas não consegue entender para onde tudo isso vai.

Não é um filme fácil, mas é interessante.

Eu gosto dos filmes dos irmãos Coen, eles sempre mostram o lado esquisito das coisas. Esse só é um pouco chato (tirando todas as cenas do Javier Bardem, óbvio). Sinceramente não entendi o babado todo envolvendo esse filme, é bom, mas não é especial (ou eu que não entendi nada).

A Tia Helo ia detestar esse filme, se bem que ela poderia apreciar o corte de cabelo do Javier, sempre no lugar mesmo depois de muitos tiros. 489 “Ai, Jesus!” para os irmãos Coen.

15.2.08

Fogos

Fogos

Ontem a noite, não-sei-quem, não-sei-porque, soltaram fogos de artifício na praia aqui em frente. Foi um pequeno show pirotécnico de 15 minutos. Pequeno, colorido, e muito barulhento.

Como aqui é um corredor de prédios de 20 andares o papoco parece uma bomba explodindo dentro de casa, seguido de vários tiros.

Conclusões decorrentes do fato:

1- Agora eu tenho uma leve idéia do que é morar em zonas de conflito no oriente médio......Não vou dizer Rio porque eu sei exatamente o que é o barulho de tiros na favela e o de ontem foi beeem mais dramático.

2- Você sabe que anda assistindo muito CSI, Law&Order, Criminal Minds, etc, quando o primeiro pensamento para o porque dos fogos é: "vai ver alguém quis matar outro a tiros e soltou fogos para disfarçar o barulho".

3- O Jones, meu vizinho e melhor-amigo-de-todos-os-tempos, ligou aqui pra casa depois que se conseguia escutar alguma coisa. Eu disse "Feliz ano novo Jones!".

4- Como eu também assisto The Office, tenho certeza que foi o Dwight.

5- A ronda do quarteirão não passou nenhuma vez.

12.2.08

Filosofando com o iPod

Filosofando com o iPod

You can't always get what you want, but if you try sometimes you just might find you get what you need. (Rolling Stones)

10.2.08

+ Filmes

+ Filmes

Fevereiro é um bom mês para ir ao cinema, com o Oscar no fim do mês os candidatos estão entrando em cartaz.

Juno

Juno (Ellen Paige) é uma adolescente de 16 anos. Como todo adolescente que se preze ela sabe das coisas mas não acredita que vai acontecer com ela. Juno resolve transar com seu amigo Paulie (o gracinha do Michael Cera), e não era porque ela estava entediada (ele mesmo disse que tinha muitos programas bons na tv) ela queria mesmo, e pimba!.... fica grávida.

O filme começa com ela indo a farmácia fazer o terceiro teste de gravidez, só para ter certeza né? Até o atendente (participação do ótimo Dwight do the Office) sabe que vai dar positivo.

Acontece que Juno se acha uma adolescente diferente. Ela é muito articulada e estaria enquadrada nos esquisitos de uma escola americana, mas felizmente o filme não é tão estereotipado e mostra um ambiente quase normal, onde a melhor amiga de Juno é cheerleader, seu namorado um atleta nerd e o gostosão da escola nem é tão bonitão.

Juno não entra em pânico, ela é até racional sobre o fato, e resolve fazer um aborto, vai até a clínica, mas se perturba com o fato do bebê já ter unhas (como lhe informou uma amiga militante na porta do estabelecimento) e desiste. Resolve então dar o bebê (ou a coisa como ela chama) para adoção.

Um parênteses. Aqui no Brasil isso não aconteceria numa família de classe média, os avós iriam cuidar da criança e sei-lá-como iria se desenrolar o fato na família, algumas garotas assumem a criança e outras viram irmãs mais velhas. Nos EUA essa prática é mais comum. Se a menina quisesse assumir a criança tenho certeza que os pais apoiariam, mas eles determinam logo que a responsabilidade é dela.

Juno vai conhecer o casal que quer adotar, Vanessa e Mark. De cara a gente já sabe que a mulher está desesperada por um filho e o homem nem tanto (sendo ele ainda um garotão na cabeça e meio que sufocado pela esposa). Juno gosta deles e fecha o negócio.

Juno desfila seu barrigão pela escola, descobre-se apaixonada por Paulie (ela até diz “O normal é a gente se apaixonar antes de procriar, mas nós não somos muito normais”) e vê a vontade enorme de ser mãe em Vanessa.

Mas não se engane ao ir ver o filme achando que Juno cria laços afetivos com a ‘coisa’. Hora nenhuma ela pensa em ficar com o bebê e como o seu pai lhe diz no hospital “Um dia você estará de volta aqui, nos seus termos”.

Eu gostei, achei o Paulie super cool (e ele se esforça sim) com seu calção amarelo. A trilha sonora é boa, muita coisa indie e os diálogos são ótimos (e perde muito na tradução). A Tia Helo não ia gostar nadinha, adolescentes fazendo sexo, aborto, adoção, divórcio, pernas finas....muitos problemas, 325 “Ai, Jesus!” para Juno.

Sweeney Todd, o barbeiro demoníaco da rua Fleet.

É um musical. Muito la la la la la la. Dito isso, também é um filme sombrio e violento (nunca vi tanto sangue vermelho na tela).

Sweeney Todd era Benjamin Barker, um barbeiro casado com uma filha. Acontece que sua mulher era cobiçada pelo juiz Turpin que manda Benjamin para o xadrez. Quinze anos depois ele volta como Sweeney Todd para descobrir que sua esposa se envenenou e sua filha vive como protegida do Juiz.

Sweeney tem desejo de vingança, mas sua senhoria, a Sra. Lovett (Helena Bonham Carter) o convence a ter calma que vingança é um prato que se come frio. Ele se torna um serial killer e vai fornecendo carne para o recheio das tortas da Sra. Lovett (entenderam né?). A música deles escolhendo as vítimas e dando nome das tortas é a melhor.

Johnny Depp e Helena Bonham Carter fazem um dos melhores casais ever. Eles combinam demais. A cena da praia é ótima.

A direção de arte é precisa e eficiente no realismo, Londres nunca foi tão cinza. E a combinação dos tons de cinza e preto com algumas cores deu o tom certo.

Eu ainda não vi Sangue Negro que tem o Daniel Day-Lewis, mas arrisco em dizer que se não for dele, o Oscar será de Johnny Depp que está perfeito como Sweeney Todd. Depp concentra toda frustração, ódio e sede de vingança num olhar, e ainda canta. Eu nem acho ele macho-que-é-macho, pra mim ele tem cara de quem gosta de discutir relação, mas é um excelente ator.

As músicas são ok, mas foi uma ótima escolha para contar uma história tão sombria. No começo eu achava que não ia gostar muito da cantoria, mas depois eu acabei gostando e até cantando algumas.

E atenção para Borat fazendo um barbeiro pseudo-italiano. Ótimo!

A Tia Helô não ia gostar nem um pouco, muito sangue, navalhadas precisas, falta de hiegiene nas tortas.....são muito motivos para os 426 “Ai, Jesus!” que ela diria para o filme do, sempre genial, Tim Burton.

1.2.08

Lost

Lost

Vou para o carnaval tranquila.

Acabei de ver o primeiro espisódio da 4a temporada. Como é bom escutar um "Previously on Lost" fresquinho.

E ver o Sawyer claro. Ele contiunua com as gracinhas e os apelidos (que foram muito poucos), um alívio. Eu já estava até com saudades do Dr. Jack.

Pena que só tem mais sete episódios esse ano....maldita greve!!!