26.4.08

+ Filmes

Três musicais. Os filmes demoram para chegar aqui em Fortaleza, mas chegam.


I’m Not There

Esse filme conta de forma original a história de Bob Dylan. No filme ele aparece em 6 formas diferentes, interpretado por 6 atores. Cada um representa um lado de Dylan, ou uma fase de sua vida.

O garoto no trem é Dylan trovador que defendia causas operárias, o Rimbaud (nome dado ao personagem) é o Dylan poeta, Christian Bale representa o lado espiritual de Dylan, Cate Blanchett (a que mais se parece com ele fisicamente) faz o Dylan na fase beatnick numa Londres fervendo (e com direito a uma brincadeira com os Beatles), Richard Gere faz o Dylan lenda americana representado na forma de Billy the Kid (o que menos se enciaxou no filme), e Heath Ledger faz o Dylan astro pop e relações com a família.

Cate Blanchett foi bastante elogiada pelo papel e concorreu a todos os prêmios da temporada, mas quem mais me emocionou foi Heath Ledger. Talvez porque o Dylan que ele interpretava era muito perto de sua própria realidade (separação da esposa, filhos, estrela pop).

Bob Dylan, para mim, está na linha do Chico Buarque e Roberto Carlos. Antes que alguém tenha um chilique eu explico: gosto muito das músicas, mas simplesmente odeio a voz. Prefiro todas as versões cantadas por outros. Esse filme é todo pontuado pela voz de Dylan, mas não me incomodou muito (milagre!).

A Tia Helo provavelmente devia detestar Bob Dylan, ele era feio, voz de gato-sendo-espancado e nenhum glamour (lembrem-se que ela era fã do Freddy Mercury), mas talvez ela se emocionasse com o Dylan religioso. 117 “Ai, Jesus!” para I’m Not There.


Once

Esse filme eu fui ver com a Luizinha e gostamos muito. Cool.

É um filme simples com uma história comum, mas tocante. Nele um músico de rua irlandês conhece uma imigrante tcheca (que toca piano) e os dois ficam amigos e passam a compor músicas juntos. Eles formam um grupo para gravar um cd demo para que ele possa ir a Londres fazer sucesso e reconquistar a ex-namorada. Ruivinho e Tcheca tem química, ele até meio que se apaixona por ela, mas ela tem uma vida complicada e sabe disso.

As músicas são muito boas naquele estilo folk irlandês. Como diria o ruivinho: cool.

A Tia Helo ia gostar desse filme, ele passa na Irlanda que é um país super católico e desejo de consumo turístico da Sue, sobrinha querida. Once só ia levar 3 “Ai, Jesus!”.


Across The Universe

John, Paul, George e Ringo se juntaram para fazer verdadeiros clássicos.

Um filme recheado com as músicas deles e um visual caprichado não tem como não gostar.

A história é bobinha: Jude (claro), inglês de Liverpool (óbvio), vai até os EUA procurar o pai e fica amigo de Max que é irmão de Lucy (opa!). Max leva Jude para NY e Lucy vai encontrá-los depois. Jude e Lucy se apaixonam e vivem aquele clima de mudanças e protestos do fim dos anos 60.

Algumas vezes fica óbvio que música vai ser cantada, mas não tira o brilho (como Revolution e Something), outras são uma supresa total como “I Want You (uma das melhores cenas de dança), “Hapiness Is A Warm Gun” e “Dear Prudence” (até então ninguém sabia o nome da garota).

Bono Vox tem uma das melhores cenas com “I Am The Walrus”, e eu gostei de ver o Joe Cocker cantando “Come Together”.

Um dos melhores momentos na parte visual foi “Being For The Benefit Of Mr. Kite”, ficou lindo.

É um daqueles filme de dá vontade de cantar junto. O garoto que colocaram para fazer o Jude (Jim Sturgess) tem uma leve semelhança com Paul McCartney e não vacila nas notas musicais. Eu achei a Lucy meio sem sal, mas o resto do elenco é bom, especialmente a cantora e o guitarrista que cantam as ótimas “Oh Darling” e” Don’t Let Me Down”.

Eu só achei que a diretora do filme quis incluir referências dos Beatles que ficaram óbvias demais como a cena do rock n’ roll no telhado.

A Tia Helo não devia ser fã dos Beatles, afinal eles deixavam as meninas loucas e isso é coisa do..... , bom, vocês sabem quem. Ela diria 215 “Ai, Jesus!” para Across The Universe.

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