29.12.10

Momento TOC Livros (4)

Em 2009 foram 20 livros anotados no meu caderno de livros. Para 2010 eu tinha colocado o objetivo de 25 livros, mas não deu, li 23.

Não terminei Ulisses, objetivo que tinha colocado em 2007 para 2009 e nem em 2010 eu terminei. Se bem que depois que fui a Dublin, fiquei com vontade de terminar esse clássico do James Joyce, quem sabe 2011 é o ano dele.

Vamos aos desse ano.

- O Codex 632 de José Rodrigues dos Santos. Comecei o ano com esse Código DaVinci versão portuguesa. É sobre um professor que, ao seguir uma pesquisa de um outro professor morto, descobre a verdadeira origem de Cristovão Colombo. A idéia do livro é boa, mas em muitas partes eu já sabia a resposta para o mistério que o protagonista demorava umas 50 páginas para descobrir.

- Joe College de Tom Perrotta. É sobre a vida do Danny, um estudante de Yale que volta para casa nas férias de verão e trabalha no restaurante/trailer do pai. Ele se mete em algumas confusões (insira voz do narrador da sessão da tarde) e a vida segue.

- A História do Amor de Nicole Krauss. A Nicole é casada com o Jonathan Safran Foer, um autor que eu gosto muito. Esse livro é sobre Leo que se apaixonou por Alma na Polônia pré-guerra. Ela vai embora para América e o Leo fica na Europa e escreve um livro para Alma e entrega para seu amigo Zvi guardar. Muitos anos depois Zvi mora no Chile (e Leo está em NY) e publica o livro do Leo como seu. David (que vem a ser filho de Leo com Alma) compra o livro em Buenos Aires e o dá a sua esposa. É um entrelaçado de histórias, bem escrito e desenvolvido. Eu gostei.

- O Caderno Vermelho de Paul Auster. É um livro de contos sobre a coincidência. Eu gostei de 3, mas o Paul Auster já escreveu coisa muito melhor.

- Azincourt de Bernard Cornwell. Sobre a batalha de Azincourt entre ingleses e franceses. Os ingleses venceram a batalha com um número menor de soldados, com um pouco de sorte e excesso de confiança dos franceses (como sempre). É contada do ponto de vista de um jovem arqueiro. Eu aprendi muito sobre arcos e flechas lendo esse livro.

- Mulher de um Homem Só de Alex Castro.

- O Livro de Dave de Will Self. Dave é um taxista londrino que tem um péssimo momento em sua vida com a ex-mulher e o filho e decide escrever um livro como a vida deveria ser (pais e mães separados, crianças criadas por au pairs, as mulheres viravam mocréias, uma vida 'legal', como se pode ver). Dave enterra esse livro no quintal da ex-mulher. Depois de passar por um tratamento ele se arrepende e escreve dois cadernos se redimindo e enterra do lado do primeiro livro. 500 anos depois acontece um acidente climático, criaturas geneticamente alteradas existem e as pessoas vivem pelas regras do primeiro livro...até alguém descobrir algumas páginas dos outros cadernos. É curioso ver como a sociedade se formou com as regras preconceituosas do primeiro livro. E quando a ação se passa nesse futuro apocalíptico as pessoas falam em miguxês. Interessante.

- Love Is A Mixtape de Rob Sheffield. É a história de amor de Rob e sua esposa Renee contada através de fitas que ele gravava. O capítulo que mais gostei foi sobre o Unplugged do Nirvana.

- Talvez Uma História de Amor de Martin Page. Eu gosto do Martin Page, ele sabe contar uma história. Nesse livro Virgile chega em casa e tem uma mensagem na sua secretária eletrônica. É Clara dizendo que está tudo acabado entre eles, mas Virgile não se lembra de Clara e nem de tê-la conhecido. Ele acha que está doente, vai ao psiquiatra e ao médico. Sua amiga diz para ele ir atrás da tal Clara. Virgile descobre muito sobre sua vida. Eu gostei desse livro.

- Lacrimae Rerum de Slavoj Zizek. O autor é um psicanalista esloveno e nesse livro ele analisa diversos filmes usando filosofia e teorias de Freud e Lacan. Eu gostei do fim do capítulo sobre o Hitchcock, onde Zizek chega a conclusão que se o Norman Bates vivesse numa casa hibrida entre o motel e a casa da sua mãe,projetada pelo Frank Ghery, ele não teria matado ninguém.

- Scott Pilgrim Contra o Mundo de Bryan Lee O'Malley. Só li o primeiro volume de 3. E ainda não vi o filme. O filme é ótimo! Scott se apaixona por Ramona e tem que derrotar os 7 ex-namorados do mal dela. Quadrinho, ops, graphic novel das boas!

- O Vendedor de Armas de Hugh Laurie. O Dr. House escreve bem, não é um livro excelente, mas é divertido. Tem espionagem e muitas falas que poderia ter saído da boca do nosso doutor favorito. (o livro foi escrito muito antes de Laurie interpretar o Dr. House)

- The Wrecker de Clive Cussler e Justin Scott. A ação se passa na construção de uma linha de trens no oeste dos EUA no começo do século XX. Um psicopata está explodindo trilhos e causando acidentes. O detetive Bell o procura por varios estados, e o bandido está bem na fuça dele. Estava gostando desse livro até eu perceber como o detetive Bell era meio burro. Só sei que ele pega o bandido 30 anos depois na Alemanha.

- All Together Dead e From Dead To Worse de Charlaine Harris. Mais dois livros das aventuras de Sookie Stackhouse e os vampiros e lobisomens de Bon Temps.

- Tell All de Chuck Palahniuk. O Chuck é um dos meus autores favoritos, um livro nunca é igual ao outro (a não ser pela bizarrice). Esse livro é escrito um pouco como um roteiro de filme. Muitas pessoas famosas, das décadas de 50/60 do cinema americano, são mencionadas e chega a ser irritante, é name dropping sem fim. Eu gostei do estilo coluna de fofocas de jornal antigo. Não é dos melhores dele, mas é bom.

- O Coracão é um Caçador Solitário de Carson McCullers. Passa numa cidade pequena do sul dos EUA em 1939. Nesse livro lemos a história de John Singer um surdo-mudo que tem seu melhor amigo levado para um asilo porque era um surdo-mudo agressivo. O Sr. Singer se muda para casa da família de Mick, uma garotinha que está entrando na adolescência. Conhecemos Biff, dono de um café que ajuda pessoas abandonadas, o Sr. Blount, um homeless cheio de idéias revolucionárias e o Dr. Copeland, único médico negro da cidade. Todos estão ligados ao Sr. Singer de alguma forma. Esse livro é muito bom.

- Solar de Ian McEwan. É sobre um físico cinquentão que seu melhor trabalho está no passado. Ele rouba o trabalho de um aluno e publica como seu. Eu não gostei do protagonista, mas o livro é bom.

- The Unconsoled de Kazuo Ishiguro. Um pianista famoso chega a uma pequena cidade européia para uma apresentação e todos os habitantes passam a lhe pedir favores. O pianista não consegue dizer não para ninguém e assim vai se envolvendo na vida das pessoas e participando de fofocas alheias. Muitas vezes parece que ele está num sonho ou que perdeu a memória. Esse livro me irritou um bocado, eu tinha raiva das pessoas que achavam que só porque pediam educamente as coisas mais absurdas, o pianista tinha que aceitar.

- All My Friends Are Superheroes de Andy Kaufman. Eu adorei esse livro, uma fábula simples sobre o amor. Todos os amigos de Tom são superheróis e os poderes são variados como o Hypno, que hipnotiza pessoas, o Couch Surfer, que vive nos sofás dos amigos, Shadowless Man, sem sombra, The Dancer, Mistress CleanAsYouGo, etc, e a esposa de Tom, The Perfectionist. Acontece que no dia do casamento deles o Hypno (ex da Perfectionist) hispnotizou a noiva para que Tom se tornasse invisível aos olhos dela. E durante seis meses ele conviveu com essa condição até o dia em que ela decide se mudar de cidade para esquecer que Tom a deixou. Durante um voo de Toronto para Vancouver, Tom tem que encontrar uma maneira de se tornar visível.

- Jane Eyre de Charlotte Brontë.

- Pequena Abelha de Chris Cleave. Um casal de ingleses vai passar férias na Nigéria e presenciam fatos que afetarão suas vidas e de uma garota nigeriana. A narração do livro é feita pela menina e pela esposa do casal. Ninguém é o que parece. Eu gostei.

- Drinking At The Movies de Julia Wertz. É uma graphic novel autobiográfica sobre o ano em que Julia se mudou de San Francisco para New York. Os desenhos são ótimos, especialmente os que retram os apartamentos que ela morou.


Vou manter o objetivo de 25 livros para 2011.


Outros Momentos TOC Livros (1), (2) e (3).

26.12.10

+ Filmes

Black Swan

O ballet Lago dos Cisnes conta a história de uma princesa que de dia é um cisne e a noite é mulher. Um dia um príncipe caçador a conhece, se apaixona e a convida para uma festa. No dia da festa, o bruxo que colcocou o fetiço na princesa leva sua filha, que é igual a princesa, e o príncipe acha que esta é a princesa e se declara. Ao se declarar para a pessoa errada (a black swan) o feitiço não pode mais ser quebrado. Aí a princesa que viu tudo pela janela, se mata.

A prima bailarina Beth (Winona Ryder, ressurgindo) vai se aposentar e Natalie Portman faz Nina, uma bailarina que quer muito a parte da Rainha dos Cisnes (a princesa). Ela é uma ótima bailarina, mas muito técnica e pouco emotiva. Entra em cena a Mila Kunis, também bailarina e mais sensual.

O filme mostra os bastidores da montagem do ballet, e como Thomas, o coreografo/diretor, tenta extrair um cisne negro mais sensual de Nina. Paralelo vemos a vida de Nina e sua mãe.

Vida de bailarina não é fácil. Além de trabalhar o corpo sempre no limite, elas tem que se manter magras e ainda tem toda essa competição por solos e papéis principais. Esse meio sempre tem muita intriga e rende uma boa história.

As cenas de dança são incríveis. Acho até que a Natalie Portman passou muito tempo treinando para o papel ou ela é uma bailarina nata.

Black Swan é quase um filme de terror. Nunca tive tanto medo de alguém cortando as unhas. Sério.

Natalie Portman merece todos os prêmios que tiver na temporada. A interpretação dela do cisne negro é fantástica.

A Tia Helo ia se identificar em muitas partes, principalmente quando "eles" estão por trás. 354 "Ai, Jesus!" para os cisnes.


Scott Pilgrim Contra o Mundo

Scott é um cara de 22 anos que tem uma banda de rock e namora uma adolescente. Um dia ele conhece Ramona e se apaixona. Acontece que para namorar Ramona ele tem que derrotar os 7 ex-namorados do mal dela. (melhor dizer os ex, porque nem todos são homens)

Os livros os quais o filme foi baseado são ótimos! Os detalhes são muito legais e foram todos levado para o filme.

E, sim, o filme parece, ou é, um videogame. Logo no começo, aquele logo da Universal já está em pixels e a músiquinha devidamente com som digital.

O Michael Cera (cuteness detected) faz o Scott Pilgrim, e ele foi a escolha certa. Ele vai do bananão, meio bobo, ao kick ass em segundos. Gostei de todas as cenas dele lutando. A minha preferida é quando ele literalmente gets a life (em português perde um pouco da graça). Genial.

Eu gostei muito do Scott Pilgrim, a trilha sonora é ótima e o Wallace (amigo gay do Scott) rules.

A Tia Helo ia achar tudo um absurdo. Só para o apê do Scott ela diria 425 "Ai, Jesus!".

Somewhere

A Sofia Coppola entende de estética cinematográfica, ponto positivo. Ela até sabe contar uma história como vi em As Virgens Suicidas e Maria Antonieta. Ela sabe deixar você achando que entendeu alguma coisa como em Lost in Translation. Mas ela também sabe fazer aqueles longos momentos de reflexão meio sem sentido como em Somewhere.

Sofia Coppola tirou o Stephen Dorff do limbo para fazer um ator famoso entediado. E entedia por tabela. Eu gostei de 4 cenas nesse filme, a inicial, a das strippers, ele com a filha na piscina, e a da massagem porque eu ri. Ok, gostei da menina patinando no gelo. Só. O resto do filme eu passei quase todo do fast forward.

Pode até ser um filme sobre a vida artística do ponto de vista de alguém que viveu no meio como filha de um....yada, yada, yada. Dormi.

E olha esse filme coisas que gosto: uma estética anos 60/70, trilha sonora ótima e o Stephen Dorff só de toalha.

Acho que a Tia Helo só ia conseguir ficar acordada tempo suficiente para dizer 135 "Ai, Jesus" para Somewhere.


Nowhere Boy

Nowhere Boy é sobre a vida do John Lennon antes dos Beatles. Ele foi cirado por sua Tia Mimi quando sua mãe, Julia, se separou de seu pai e não quis pode ficar com ele.

A Tia Mimi era linha dura, mas também foi ela que comprou o primeiro violão de John. A mãe dele parecia sofrer de algum distúrbio bipolar, ou algo parecido e sempre tinha variações de humor. Julia estava num segundo casamento e com duas filhas quando John se aproxima dela.

Com Julia, John aprende mais sobre rock n' roll e dali começa sua carreira musical formando um grupo com os amigos da escola e logo depois John conhece Paul e George e os coloca na banda. Eu nem sabia que o Paul McCartney tinha conhecido a mãe do John Lennon.

A reconstituição de época é fantástica, Aaron Johnson está muito bem como John Lennon, e as músicas também são boas.

No fim desse filme eu achei um pouco injusto do John Lennon ter feito uma música para Julia e nenhuma para Tia Mimi. Vai entender.

Muito bom. A Tia Helô ia gostar desse filme, ia dar toda razão para a tia Mimi e dizer 219 "Ai, Jesus!" para Julia.

24.12.10

Natal

Enquanto isso no twitter, no facebook, no foursquare, no e-mail....



Boas festas para todos!

20.12.10

+ Filmes

The Social Network

Ou o filme do Facebook.

Todo mundo já sabe que esse filme conta a história de como Mark Zuckerberg e amigos criaram o Facebook. Mark até já foi eleito pessoa do ano pela Time Magazine.

Mark é um nerd, estudante de Harvard que quer muito entrar para um daqueles grupos exclusivos, ou fraternidades. O filme começa logo com o Mark levando um fora da namorada, que ele insistentemente fica menosprezando. É dela a melhor frase do filme "as pessoas não gostam de você porque você é nerd, é porque você é um babaca". Pé na bunda.

Mark, puto que levou um fora e com algumas cervejas na cabeça, entra no sistema desses clubes exclusivos e fraternidades e cria um site em que as meninas são comparadas (um Traça ou Repassa versão Harvard). Enquanto ele cria isso, vai colocando em seu blog o passo a passo do que está fazendo e falando mal da ex.

Os gêmeos Winklevoss (lindos) e mais um amigo, chamam Mark para programar um site para eles em que os alunos de Harvard vão poder se relacionar, um Myspace só para quem tem e-mail @harvard.edu. Mark, diz ok e some.

Uma luz acende na cabeça de Mark com essa idéia dos gêmeos e com seu amigo Eduardo, que entra com a grana, ele começa o The Facebook (esse The caiu depois). O site começa em Harvard mas vai expandindo para outras universidade americanas muito rápido. E chama a atenção do Sean Park, criador do Napster (aquele programa de baixar música). Mark decide ir para California expandir o Facebook e Eduardo fica em NY, fazendo estágios e tentando conseguir mais dinheiro. Quando o Eduardo resolve aparecer na California, a coisa já é maior do que ele imaginava e ele vai perdendo espaço.

Esse passado é intercalado com as ações na justiça, no presente, dos gêmeos e do Eduardo contra o Mark Zuckerberg.

Mark é um cara esquisitão, e o filme dá a entender que ele sacaneou o Eduardo só porque este foi aceito em um dos clubes exclusivos, mas é só insinuação.

Com tudo isso, não dá para negar a genialidade de Mark Zuckerberg. Ele não ficou bilionário na sorte, ele foi muito inteligente e soube trabalhar bem uma idéia que outros também tiveram (vide Orkut). Ele vive e respira o Facebook, e não é a toa que é a rede social que cresce mais no mundo.

Descobri um dia desses que os gêmeos Winklevoss são interpretados por só um ator, Armie Hammer. Sabia que era bom demais ter dois daquele no mundo.

Eu gostei do filme, a trilha sonora é fantástica e achei válida todas as cenas dos gêmeos remando. Mas não adicionaria o Mark Zuckerberg como amigo.

A Tia Helo morreu antes do boom das redes sociais. Ela desligava o telefone da tomada com medo "deles", imagina o que ela ia achar de uma rede social. Já estou até vendo ela dizendo uns 415 "Ai, Jesus!" para A Rede Social.


The Rabbit Hole

Acidentes acontecem. Nicole Kidman e Aaron Eckhart (macho-que-é-macho) fazem um casal que perdeu o filho quando esse saiu correndo para rua atrás do cachorro e foi atropelado.

Cada um lida com a morte do filho de uma maneira. Ela vai plantar flores no seu jardim, desite do grupo de apoio e começa a dar as roupas do filho e quer vender a casa.

Ele vê um video do filho no celular toda noite, gosta que o quarto do menino ainda está do mesmo jeito, quer o cachorro de volta e quer ter outro filho.

A vida deles nunca vai ser a mesma, a dor nunca vai passar, mas cada um resolve a sua maneira.

O título do filme vem de uma história em quadrinhos que o adolescente que atropela o filho do casal está escrevendo, os desenhos são muito legais.

O filme é muito bom, mas tenho que dizer uma coisa. Nicole Kidman, por favor, pare de fazer plásticas/botox/whatever, seu rosto está ficando esquisito.

A Tia Helo teria pena o casal, só 15 "Ai, Jesus!" para o buraco do coelho.


Tron: O Legado

No começo desse Tron, Flynn (Jeff Bridges) resume toda história do primeiro filme para seu filho, Sam, e desaparece.

Vinte anos depois, Sam é um rebelde sem causa (ou com causa já que ele acha que o pai está na Costa Rica) que tem muitas ações da Encom, empresa que seu pai terminou comandando no primeiro filme. A diversão de Sam, além de andar de moto pela cidade, é hackear o sistema da Encom e distribuir os programas de graça.

O Bradley, amigo de Flynn no primeiro filme e pai/criador do Tron, programa herói do primeiro filme, recebe um pager dizendo para ir até a loja de videogames e manda o Sam ir.

Depois de ouvir Journey e Eurythmics, Sam encontra o escritório escondido do pai e apertando os botões certos vai parar no mundo virtual.

O mundo virtual, The Grid, é lindo. As linhas azuis, o minimalismo, tudo perfeito. Conseguiram melhorar a estética do primeiro filme sem perder a essência anos 80. A trilha sonora do Daft Punk é fantástica. No começo achei muito parecida com a de Inception (A Origem), mas quando eles tocaram na festa e colocaram mais batida ficou ótimo!

Então, o Clu, programa criado por Flynn que é a imagem dele (efeitos bem feitos para rejuvenescer Jeff Bridges) é o manda chuva da cidade e rolam um jogos gladiator-style para os outros programas ficarem felizes. Sam vai parar no meio desses jogos e acaba descoberto por Clu que o coloca para disputa das motos (uma das melhores partes do filme). Tron está lá, mas do lado de Clu. Sam é socorrido por Quorra que o leva até seu pai que esteve preso no Grid esse tempo todo (mas mora num loft espetacular).

Flynn resume para Sam os acontecimentos dentro do Grid e Sam atualiza Flynn sobre destruição da camada de ozônio e criação do wi-fi. Flynn é adepto da meditação e mantém o seu zen, mas vê que Sam quer tirá-lo dali e não pode deixar Clu passar para o mundo real.

Eu gostei. A Tia Helo não entendia nada de tecnologia, imagina explicar para ela esse negócio de entrar no Grid? 312 "Ai, Jesus!" para o legado de Tron.

Momento feira de ciências

Comprei uma toalhinha no gift shop do aeroporto de Londres. A toalha embalada era do tamanho de um sabonete de hotel.


As instruções eram para colocar em uma bacia com água e esperar. Resolvi testar hoje.

compactada

15 segundos

25 segundos

tah-dah!

Só achei irônico molhar a toalha para poder usar para secar.

12.12.10

Corrida de domingo

Depois de passar outubro parada, só passeando, treinei algumas vezes em novembro. Nos treinos não fiz mais do que 8km e achei que chegaria bem para os 10km da Corrida de Rua da Unifor. Cheguei bem, mas o calor não foi amigo.

A largada foi as 7 da manhã e já estava quente pacas. O percurso é legal, uma boa parte eu já tinha feito algumas vezes, avenidas largas, muitas subidas (uma grande e várias pequenas) e os últimos dois quilômetros dentro da universidade.

Confesso que no km 6,5, no meio de uma subida, o calor me pegou e, mesmo com bastante água sendo distribuída, eu andei um pouco.

Os últimos 2km foram os mais agradáveis de correr, a Unifor é bem arborizada e os 300 metros finais são na pista oficial de atletismo. Não tem lugar melhor para correr do que nessa pista, é como correr num colchão super macio.

Quando cheguei no km 8 achei que meu tempo estava alto demais, mesmo tendo andado um pouco, e no fim descobri pelo meu nike+, e pelo relógio sofisticado de um tiozinho, que na verdade tinhamos corrido 11km. Um quilômetro a mais é muita coisa.

Então, pessoal da organização, até o google maps diz que eu corri 11km (10,92 para ser exata), como foi que vocês mediram esses 10km?


Essa não foi a última corrida do ano. A última vai ser aqui na Beira Mar, onde eu treino, então sei que os 6km serão 6km e não 7km. #prontofalei

5.12.10

Book report: Jane Eyre - Charlotte Brontë

Li um artigo no The Guardian (via @lunaomi) que dizia que as irmãs Brontë dividiam a humanidade em Rock Stars ou Librarians. Traduzindo: ou você gosta de Wuthering Heights ou de Jane Eyre.

Sobre Wuthering Heights eu já falei aqui. Já disse que acho o Heathcliff um rockstar, e adoro o estilo narrativo estou-fofocando do livro.

Então eu fui ler Jane Eyre e saber onde me encaixo de verdade.

(com muitos spoilers)

Jane Eyre foi escrito como se fosse uma autobiografia editada por Currer Bell (pseudônimo de Charlotte Brontë). O livro vai da infância de Jane até seus vinte anos, com um capítulo conclusivo no final.

Jane não teve uma vida fácil. Ela era orfã e foi criada por uma tia, esposa de seu tio, que não gostava nem um pouco da pequena Jane, e, assim que pode, mandou a Jane para uma escola/internato. A Jane rebelde (com causa) se transformou em ótima aluna e depois professora de Lowood.

Aos 18 anos, sentindo que precisava conviver com outras pessoas, ela colocou um anuncio no jornal e foi logo chamada para ser tutora em Thornfield Hall, casa da família Rochester.

Jane era tutora de Adele, uma garotinha francesa que era protegida do Mr. Rochester, o qual a Jane demora um tempo para conhecer já que ele passa muito tempo fora. Mas quando ela conhece, ui, ui, ui. Love at first sight.

Bem, quase a primeira vista. Jane esbarra no Mr. Rochester no meio do caminho e o ajuda depois que ele cai do cavalo. Sem saber que ele é O Mr. Rochester (homem não muito bonito, mas com porte atlético, ou seja macho-que-é-macho).

Claro que ele fica intrigado com aquela pequena criatura (porque a Jane era baixinha e não muito bonita como é dito vááárias vezes no livro), passam a ter conversas e ele se apaixona por ela. Ele, inclusive, conta de suas aventuras com uma dama francesa, mãe de Adele. Como ele é senhor da propriedade, a Jane desconfia, mas não tem certeza dos sentimentos dele.

Um dia Jane é chamada pela tia, que está morrendo, só para saber que tem um tio rico que mora na Madeira e que queria adotá-la, mas a tal tia disse que a Jane tinha morrido. Ainda assim a Jane fica com essa tia até ela morrer e depois com suas primas até essas resolverem suas vidas.

Quando Jane retorna a Thornfield Hall, ela acha que o Mr. Rochester está de casamento marcado, porém descobre que ele na verdade estava morrendo se saudades e que se casar com ela.

Como eu disse, a vida da Jane não era nada fácil, então, o Mr. Rochester tinha um segredo. Segredo esse que vivia no sotão da casa e Jane só descobriu na manhã de seu casamento. Mr. Rochester tinha uma esposa. Sim. Acontece que essa esposa era louca, vivia presa num quarto aos cuidados de uma enfermeira, e quando conseguia fugir gostava de tacar fogo em algumas coisas (inclusive no Mr. Rochester).

Jane fica passada. Mr. Rochester tenta amenizar a situação dizendo que não se sentia casado com a tal Bertha, que desde a lua de mel ela tinha se apresentado maluca, que há sei-lá-quantos anos a mantinha naquele sotão e que estava apaixonado mesmo e queria se casar com ela. Jane diz que não queria ser amante, e decide fugir na calada da noite.

Jane passa por maus bocados, tem que dormir na floresta, passa frio e fome. Ela decide pedir comida numa casa, a princípio é recusada, mas depois é acolhida por um homem e suas irmãs. Jane se recupera, passa aconviver com essas pessoas, o homem, St. John, lhe oferece um emprego de professora e ainda um lugar para morar.

St. John então descobre quem é Jane Eyre (ela tinha dado um nome falso: Jane Elliot - super criativo), e nós ficamos sabendo que o tio rico da Madeira, soube que ela não tinha morrido e deixou sua fortuna para ela. Acontece que o tio rico da Madeira, também era tio do St. John. Tamanha coincidência a Jane ser prima da família que cuidou dela. Jane, boa como só ela, decide dividir a herança com os primos e passa a ter uma vida confortável e independente.

Calma que ainda tem sofrimento.

St. John, homem bonitão, olhos azuis, quer ser missionário na India e quer que Jane vá com ele. Ela diz que vai, mas não como sua esposa, ela quer ser livre porque sabe que St. John não a ama (e ela conhece o amor), e só a quer como esposa de um missionário. Depois de muito debater as idéias e uma pressãozinha do St. John, ela se convence de ir como esposa dele para India, mas antes ela precisa saber o que aconteceu com o Mr. Rochester.

Jane vai até Thornfield Hall e descobre a casa destruída pelo fogo. Lá um antigo mordomo conta que a esposa louca do Mr. Rochester fugiu, colocou fogo em toda a casa, subiu no telhado e se jogou. O Mr. Rochester tentou tirar todos da casa, mas uma viga caiu, ele ficou cego e perdeu uma mão.

Jane vai atrás do Mr. Rochester, e fica com ele. Fim do sofrimento.

Apesar de toda essa tragédia, em nenhum momento eu senti pena da Jane Eyre. Charlotte Brontë, além de escrever muito bem, criou uma personagem excelente, forte. Jane é uma feminista na Inglaterra de 1800. Ela se educou, se virou para encontrar um emprego, não se deixou dominar por um homem, caiu e levantou, e foi atrás do que queria. No capítulo conclusivo ela nos fala que sua relação com o Mr. Rochester nunca é tediosa, que eles conversam o dia inteiro e nem sempre com palavras, que há uma conficança mútua e muito amor.

Dito isso, eu mantenho a minha posição de Rock Star. O livro Jane Eyre é assim como a vida dela, interessante mas sem grandes emoções (pelo menos para mim). Wuthering Heights tem uma das piores personagens femininas de todos os tempos, a Cathy, mas o Heathcliff tem emoção para carregar o livro inteiro nas costas e eu gosto da montanha russa que é o livro. Em Jane Eyre, ela fala diretamente com o leitor, inclusive chamando atenção em várias partes, mas, ainda assim, me senti fora do loop em algumas partes. Em Wuthering Heights nós estamos sempre por dentro da fofoca.

Mas eu vou dizer onde foi que Jane Eyre me perdeu. Eu gostei do Mr. Rochester, apesar de achar que ele era um papa anjo, afinal ele tinha 40 anos e ela 19, mas bem no fim do livro ele fala uma frase que me fez gostar ainda mais do Heathcliff. A Jane diz que sua prima vai esperar o fim da lua de mel para ir visitá-los e Mr. Rochester responde "She had better not wait until then....if she does, she will be too late, for our honeymoon will shine our life long; its beams will only fade over your grave and mine.". Cafona.

Nunca vi nenhum filme da Jane Eyre, mas um novo vai ser lançado ano que vem e, pelo trailer, parece bom. Tem o Michael Fassbender de Mr. Rochester, já vale o ingresso.

28.11.10

Fala Ney (7)

No almoço a conversa era sobre nomes estranhos diferentes.

Ney: Eu tenho um tio chamado Oceano.

Todos: hahahahahahahaha

Ney: E ele tem um segundo nome.

Eu: Qual?

Ney: Pacífico.

True story. A mãe do Tio Oceano Pacífico deu a luz durante um cruzeiro.

25.11.10

Outras Tias (7)

A Tia X (nome protegido por motivos que se apresentarão a seguir) é amiga de infância da minha mãe.

A Tia X arranjou um namorado e quando eles se conheceram ela mentiu a idade. Desde então, ela diz que tem anos a menos, mas não são poucos. A Tia X decidiu que tem 15 anos menos.

Ou seja, não posso mais chamá-la de Tia.

22.11.10

Para correr

Eu já corro há alguns anos (Forrest Gump feelings), fiquei parada um tempinho, e em 2010 decidi me dedicar mais um pouco para correr a meia maratona do Rio.

Antes eu só marcava o tempo num relógio digital, isso quando não ia olhando os relógios que ficam na praia, e media a distância pelas placas colocadas nos postes. É um método de treino válido, fiz várias corridas, inclusive 3 meia maratonas, treinando assim, mas resolvi ver o que a tecnologia podia me oferecer.

Entrei num grupo de corrida para ficar por dentro das novidades e aprender novas técnicas de treinamento.

No começo do ano eu comprei um relógio com frequencímetro, para medir os batimentos cardíacos durante o exercício. É interessante porque as vezes a gente acha que não está tão cansado, mas os batimentos estão bem altos. O meu relógio é o mais simples, só marca o tempo, os batimentos e no fim dá uma média. Confesso que detesto correr com aquela faixa no peito e já a abandonei. Só uso o relógio.

Existem vários tipos de relógios, e a febre entre os corredores é o tal do Garmin. Esse relógio mede: o tempo, a distância (através de GPS), o pace (minutos por quilômetro), e a fequência cardíaca. Pelo preço que custa, deve até contar as calorias que você consome quando come. Depois do treino o relógio transfere tudo para um software que acompanha e tem um site/comunidade para os usuários do Garmin.

Eu sou old school e não tenho um Garmin.

Aí descobri o RunKeeper, um site para corredores. Você faz um perfil e vai colocando as atividades. Para corrida, dá para fazer a rota num mapa do google e saber a distância que foi percorrida, depois junta o tempo de duração da corrida e já calcula o pace. Dá para postar no facebook, no twitter e ainda pode adicionar amigos corredores.


Nessa última viagem eu comprei um iPod novo e um tênis novo (eu já usei várias marcas, mas as minhas preferidas são a Mizuno e a Nike) . O novo iPod nano , além de ter um tamanho ótimo para correr, vem com pedômetro, que marca o número de passadas que você dá na caminhada/corrida. É uma função legal, mas não muito útil para a corrida mais avançada, afinal para calcular a distância tem que saber o tamanho da passada.

Então, eu resolvi comprar o Nike+iPod que é um chip que coloca no tênis (os da Nike já são adptados, óbvio) e tem um transmissor que vai no iPod.

chip + iPod (só faltou o transmissor )

O transmissor funciona no Ipod nano de outras gerações, no iPhone e no iTouch.

Funciona assim: você pode escolher como quer o treinamento, se por distância, tempo, ou básico. Por distância, você coloca a os quilometros que quer correr/andar, escolhe uma playlist, ou shuffle, e inicia. Durante a corrida uma voz avisa de tempos em tempos quanto você já correu e faltando 400 metros ela faz um countdown de 100 em 100 metros. No fim você tem a distância (é bem preciso), o tempo, o pace e as calorias (tem que colocar o seu peso). Por tempo, a voz te avisa a cada 5 minutos percorridos, e no fim o countdown é nos 5 minutos finais, por minuto.. No modo básico, a voz não diz nada, e no fim é só ver o treino.

A Nike tem um site para guardar todas as informações do nike+ e ainda oferece formas de treinamento. Se você quiser, o iTunes manda os seus resultados para o site. Eu ainda prefiro o RunKeeper.





A próxima corrida é de 10km, da Unifor, em dezembro. Tenho 3 semanas para treinar, e com esse brinquedo novo vai ser mais divertido.


UPDATE (2014): a tecnologia para corrida já avançou um bocado: o próprio iPod nano (e iPhone) agora vem com a função de treino (que marca tempo, distância e pace), o garmin tem concorrentes, os grupos de corrida triplicaram e o runkeeper tem uma app (existem outras apps que fazem a mesma coisa). Além disso, apareceram as tais fitness trackers que são pulseiras que marcam passadas, calorias, batimentos cardiácos e tem conexão (via bluetooth) com o celular.

20.11.10

5 razões para ver Hawaii Five-O


1) É uma série pipoca. Dá para ver um episódio e se divertir sem ter que seguir todos. Para quem cresceu assistindo As Panteras, O Homem De Seis Milhões de Dólares, Magnum, etc, essa série é pura nostalgia. E, ao contrário de As Panteras, a versão moderna ficou muito boa. Como eles são força tarefa, podem utilizar métodos, hum, menos didáticos para perseguir, prender e interrogar os bandidos, aí é um poço sem fundo para a imaginação dos roteiristas. A minha preferida, até agora, foi quando jogaram o cara numa jaula no mar com tubarões em volta e o deixaram lá pensando se ia responder as perguntas.

2) Alex O'Loughlin, o Steve McGarrett. O ator australiano, que já foi vampiro e médico em outras séries, se achou na pele do oficial da marinha e líder da força tarefa havaiana. Lindão. O que não falta é cena dele saindo sem camisa do mar.




3) A dupla McGarrett e Danno. Fazia tempo que uma dupla de policiais da tv não tinha tanta química. As discussões dos dois dentro do carro são ponto alto dos episódios. Danno (Scott Caan, ótimo!) é um policial que vem de New Jersey, ou seja, ele é haoli, e é quem tenta colocar para o McGarrett a forma mais direita de fazer as coisas. McGarrett, óbvio, nunca obedece. É o começo de uma linda amizade. Aliás, o grupo inteiro é bom, ainda tem o Daniel Dae Kim (o Jin de Lost) e a Grace Park (a nº 8 de BSG).

4) É ação das boas. Os casos são sempre resolvidos no episódio. Muitas vezes a gente adivinha quem é o bandido, ou como vai acabar, mas, who cares? Eu quero ver ação! Alguns episódios são interligados e ainda tem a tal caixa que o pai do McGarrett deixou para ele quando morreu (no primeiro episódio) que volta e meia aparece.

5) O Havaí. As paisagens havaianas sempre são agradáveis de ver, e Hawaii 5-O tem muitas delas. Entre perseguições e prisões sempre aparece uma cena de surf.


Olha aí a abertura e entra no clima. Aloha!

14.11.10

Show aéreo


Eu, a Luizinha e a Sue somos cria da FAB, Força Aérea Brasileira. Nos conhecemos quando nossos pais serviam em Brasília, e somos amigas desde então. Isso é para dizer que me ligo em coisas relacionadas a aviões, além de usá-los muito para viajar.

A Base Aérea de Fortaleza organizou um show aéreo com a Esquadrilha da Fumaça no aterro da Praia do Ideal. O meu pai estava passando o fim de semana aqui e, como quando eu era criança, nós fomos ver o show aéreo.

a primeira vez nunca se esquece

A Esquadrilha da Fumaça existe desde a década de 50, participa de shows aéreos em vários países, é uma das, se não a melhor do mundo e está até no Guinness (o livro, não a cerveja) como formação de 12 aviões que voaram de dorso (de cabeça para baixo, imagino eu) por 30 segundos e 3000 metros.

loop

Primeiro voaram alguns Bandeirantes para aquecer o público e depois vieram os 7 aviões da Esquadrilha.

maldito poste

O show é fantástico, os aviões voam baixo, dão rasantes, e as manobras são espetaculares. Para que a gente não perca nenhum detalhe, tem um narrador, também piloto da esquadrilha, que explica as manobras e chama atenção para o que vai acontecer.





Depois do show aéreo teve uma surpresa. O público já estava se retirando quando o organizador pediu para que todos esperassem, que o sanfoneiro Waldonys (muito conhecido por aqui) ia fazer um show e que ele estava a caminho. A surpresa foi que ele chegou de paraquedas e pousou no meio do público. Achei tendência.

olha lá o waldonys

E depois de tudo isso ainda teve uma apresentação de fogos de artifício coloridos. Um ótimo fim de domingo.

8.11.10

Nos passos de Jack


Eu vi no Básico e Necessário um post sobre as London Walks, e decidi que, na volta a Londres, iria fazer uma.

Essas caminhadas são walking tours de duas horas por áreas específicas de Londres. É só aparecer no metrô indicado, pagar £8 e prestar atenção. São muitas e variadas, dependendo do dia da semana, então olhei o que tinha para os dias em que estaria lá. Fiquei entre a Londres de Shakespeare e Dickens, a Londres dos Beatles, Ghost, Gaslight and Guinness; Secret London ou Jack The Ripper Haunts. (pena eu não estar lá numa sexta porque queria fazer o do Sherlock Holmes e Rock n' Roll London, fica para a próxima vez)

Das que eu tinha opção escolhi a do Jack the Ripper. Eu tenho muita curiosidade com serial killers (eu assisto Dexter e Criminal Minds), e o Jack foi o primeiro serial killer do qual se tem notícia, da forma como conhecemos hoje.

Para quem não sabe, ele matou, mutilou e tirou as víceras de 5 mulheres entre agosto e novembro de 1888. Na época dele crimes eram comuns, mas o que o fez famoso foi que ele foi o primeiro cujos crimes foram acompanhados de perto pela imprensa e grande público. E ele nunca foi pego.

O tour começa as 19:30 na Torre de Londres e escutamos um pouco de história sobre a cidade na época do Jack, 1888, e vamos logo onde teria sido o primeiro crime.

A Londres de hoje é muito diferente, a maior parte dos becos, ruas e prédios existentes em 1888 foram destruídos na guerra, mas alguns lugares restam como: a igreja onde as prostitutas faziam ponto, Spitalfields Market (embora renovado), Ten Bells Pub (com os mesmos azulejos da época) onde as prostitutas se encontravam (e está no filme From Hell com o Johnny Depp) e algumas ruas estreitas com bares e postes ainda da época.

O guia conta toda a história nos mí-ni-mos detalhes. O Jack era detalhista e habilidoso, então é um tal de garganta cortada para cá, rim retirado para lá, etc. Não é um tour para os fracos de estômago. E também escutamos as várias teorias de quem poderia ter sido o Jack.

Eu já conhecia a história do Jack de cor, com todos os detalhes (já li Mentes Criminosas e Crimes Assustadores algumas vezes), e o guia era muito bom, mas o que eu gostei mesmo foi de andar por uma parte de Londres que não conhecia bem. E o bom desses tours é exatamente andar sem se preocupar em estar perdido e curtir a paisagem.

O Jack atuava no distrito de Whitechapel que hoje faz parte de East London. Em 1888 era um bairro pobre de Londres, onde quase não tinha iluminação pública, era habitado pelos judeus que vinham fugidos de outros países da Europa, muitos bares e prostitutas nas ruas.

Hoje, East London, é o lugar cool de Londres. É a área que está sendo revitalizada para as Olímpiadas. É um lugar com muitos pubs, bares, nightclubs, lojas diferentes, muita street art e muitos jovens.

O tour terminou 21:30 no Spitalfields Market em frente ao Ten Bells pub. Eu resolvi conhecer um pouco mais do bairro e andei até a Brick Lane, onde tem vários restaurantes indianos (no, thanks), depois voltei para Commercial Street e fui andando sozinha pelas ruas até Old Street. Ainda bem que o Jack se aposentou em 1888.

6.11.10

Shakespeare's Globe


O Shakespeare's Globe é uma reprodução do Globe, o teatro onde o Shakespeare apresentava suas peças: Hamlet, Henry VIII, Julius Caeser, Macbeth, Othello, entre outras.

A visita é guiada e começa com uma exposição sobre a Londres de 1600, algumas maquetes do teatro, figurinos e música.

O Globe original pegou fogo e foi totalmente destruído em 1613. Em 1970, um americano, Sam Wanamaker, criou um fundo para o Shakespeare Globe e arrecadou dinheiro pelo mundo para a reconstrução do teatro que foi inaugurado em 1997.



O Shakespeare Globe foi construído da maneira mais fiel possível ao original, e no mesmo lugar (ou pelo menos perto). A estrutura é toda em madeira, as paredes de uma argamassa que leva até pelo de cabra (aka cashmere), e o telhado e palha é o único permitido em Londres desde o grande incêndio de 1666. Eu gostei da estrutura e dos detalhes, ficou simples e bonito.



Por dentro os assentos são todos em madeira, e o palco também. As colunas do palco são pintadas para parecer mármore. E os balcões especiais são todos decorados com afrescos. Existe iluminação artificial, mas é simples, e as peças ainda são apresentadas a tarde. Inclusive os figurinos são feitos da mesma forma como antigamente.

Segundo a guia, na época do Shakespeare colocavam mais de mil pessoas no chão, todos juntinhos, e que cabia até 3000 pessoas lá dentro. Hoje a capacidade máxima é de 1500, sendo 700 no chão, a metade do que cabia na época do bardo.


Em 1600, o lado sul do Rio Thames, onde ficava o Globe, era uma area mais rural onde tudo podia acontecer. A bebedeira rolava solta, as casas de prostituição estavam lá, os artistas circulavam e os esnobes nobres do outro lado do rio só ficavam olhando de longe, mas depois se renderam a genialidade de William Shakespeare.

Para assistir uma peça custava 1 centavo para ficar em pé no chão, mais um centavo para sentar nas arquibancadas e se saísse do teatro pagava para entrar outra vez. As peças eram apresentadas as 2 da tarde, pela iluminação (o teatro é ao ar livre), e muita cerveja era permitida. Agora imaginem: 1500 pessoas que deviam tomar banho uma vez por ano, juntinhas, bebendo muita cerveja, sem querer sair do lugar. Pois é.

Tirando esse pequeno detalhe, o teatro naquela época era muito mais animado, o Shakespeare conhecia seu público. As pessoas ficavam perto do palco e podiam interagir com os atores naqueles monólogos cheios de perguntas do Shakespeare. As respostas filosóficas dadas pelos bebuns para o "Ser ou não ser?" do Hamlet deviam ser ótimas.

A guia do tour contou que no dia que o Globe pegou fogo estava sendo apresentada Henry VIII e que havia cerca de 3000 pessoas lá dentro. A única pessoa que se machucou foi um homem cujas calças pegaram fogo e ele apagou com a cerveja que estava segurando. Por isso, até hoje é permitido beber cerveja dentro do Globe. Isso sim, é um teatro de respeito.

Eu já falei em outro post que não gosto muito de teatro, mas acho que gostaria de ver uma peça no Shakespeare's Globe, bebendo uma cervejinha e interagindo com os atores em cena.

As peças são encenadas de abril a outubro, independente do clima (ou seja, leve uma capa de chuva), as 14 horas (e tem outra sessão as 19) e começam a vender os ingressos em fevereiro.

5.11.10

British Music Experience


Alguns meses atrás eu participei de um joguinho online chamado Face The Music no qual tinha que adivinhar quem eram as 64 figurinhas no site. Acertei 60 e ganhei um ingresso para ir no British Music Experience, na O2 Arena em Londres. Como eu já estava com a viagem marcada, imprimi o ingresso e guardei na mala.

Na volta da Indochina eu passei mais alguns dias em Londres, com os meus primos Andre e Richard, e resolvi fazer varias coisas que ainda nao tinha feito. Entao peguei o metrô e fui para North Greenwich conhecer a O2 Arena.

É um espaço fantastico para shows e eventos. Não conheci a arena de shows, mas a estrutura em volta é ótima. O metrô é na porta, e dentro tem uma rua de restaurantes de todos os tipos, até churrascaria brasileira. E tem cinema. Próxima vez, vou la ver um show.

O British Music Experience (BME, para facilitar) fica dentro da O2 Arena, no fim da avenida de restaurantes. Troquei o meu ingresso de papel pelo oficial e entrei.

A primeira vista, não achei grandes coisas, achei o espaço pequeno, e não me animei muito. Aí entrei na primeira sala: 1993-2009. Nessa sala tinha 3 displays com guitarras, roupas, letras de musicas, capas de discos, etc, e na frente do display um teclado com fones de ouvido. Quando passava a mão pelo teclado, uma luz acendia no display e uma explicacao era dada nos fones de ouvido, e tambem podia ser vista num video ao lado.

Foi aí que descobri a funçao do ingresso. Ele vem com um chip interno e se voce quiser saber mais sobre qualquer coisa que esta vendo lá dentro é só passar o ingresso por um sensor no display e depois acessar o site com o número do ingresso. Adorei.

Na sala 1970-1976 tinha uma mesa interativa com singles/compactos (aqueles disquinhos de vinil com 2 músicas) e ao escolher um, eu escutava a música e uma explicação. Nessa mesma sala tinha uma mesa redonda com telas em volta onde dava para escolher um assunto e ver as pessoas falando sobre nas telas. Eu escolhi arte de capa de disco e foi bem interessante ver os tiozinhos falando sobre como Sgt. Peppers mudou a concepção das capas na época.

Dentro de cada sala tem uma tela e-nor-me com capas de discos organizados pelos anos da sala, na frente da tela tem um cursor e é so escolher uma fotinha que aparece a informação. E para saber mais, é só passar o ingresso e ver em casa.

Quando fui da sala 1985-1993 para a 1976-1985 (essa é ótima!) eu vi que no meio tinha um negócio chamado Dance The Decades e um grupo de meninas se acabando de rir. Funciona assim: você entra e passa o ingresso no sensor, aí escolhe a dança que voce quer fazer (tem macarena, vogue, twist, rave, etc), você fica de frente para uma tela onde uma mulher ensina alguns passos, depois ela faz uma contagem regressiva, toca a música e voce dança. Tudo filmado. Quando termina é só ir para o outro lado da cabine e ver ou acessar o site que está tudo lá. O meu não mostro por nada, mas me diverti fazendo.

A sala que eu mais gostei foi a do Gibson Interactive Studio. Nessa sala tem instrumentos de verdade com uma tela e fones de ouvido para cada. Voce senta, passa o ingresso no sensor e começa uma aula. Tem 3 níveis: iniciante, médio e avançado. No iniciante você aprende um pouco sobre o instrumento, e te ensinam alguns acordes e depois você escolhe uma música para tocar junto. É um Rock Band elaborado. Eu fiz o baixo, piano e a bateria. A bateria é MUITO difícil. E fica tudo gravado no site. Genial.

Tem também um mapa interativo do Reino Unido mostrando de onde vem as bandas/cantores e onde aconteceram alguns fatos.

Para terminar, você entra numa espécie de mini arena de show com 3 telas grandes na altura de um palco que passa um mix de várias bandas em shows. Da Amy Winehouse aos Rolling Stones e termina com o Fred Mercury, melhor showman ever. Eu só achei muito rápido e nem dava para curtir uma música inteira.

Dentro do BME não pode tirar fotos, mas no site tem um tour virtual (não é muito bom).

E no fim ainda ganhei uma bolsa e uma caneta.

30.10.10

Bangkok (2)



Nessa volta a Bangkok, deixamos os wats (templos) e a Khao San Road e fomos ver a parte moderna da cidade.

Como eu disse no outro post, Bangkok eh grande e cresceu muito nos ultimos anos. Sao muitos predios novos e modernos. As ruas ate que sao largas, mas o numero de carros eh grande e o transito eh caotico, quase sempre engarrafado.

O transporte publico consiste de taxis, tuk tuks, onibus, barcos, metro e skyrail (ou metro de superficie). O taxi eh barato, cada corrida custa de dois a tres dolares no taximetro, o tuk tuk cobra o mesmo. O onibus nao sei, mas a frota eh dos anos 70. Os barcos fazem paradas ao longo do rio e alguns so atravessam. O metro tem uma linha e o skyrail tem 3 linhas.

O skyrail deve ser eficiente, mas eh uma das coisas mais feias que ja vi. Sao viadutos de concreto por cima das avenidas. Eu achei invasivo, porem, se funciona esta valendo.

estacao de skyrail na silom road

escada rolante para a estacao de siam square

Comecamos o dia indo ao Siam Square. Nao eh uma praca. Eh um cruzamento com 4 shoppings e-nor-mes. Um deles eh o modernissimo Paragon, com todas as grifes mais caras do mundo e algumas mais acessiveis.

paragon

paragon

De la fomos ate o Nana, so para descobrir que a zona de Bangkok. Zona da luz vermelha e zona de ambulantes, que ficam numa especie de corredor polones na calcada. Seguindo uns 5 quarteiroes na mesma avenida chegamos ao Sukhumvit, bairro de muitas embaixadas e hoteis grandes.

sukhumvit

pagoda?

De la pegamos um taxi e fomos para Silom Road, a avenida de escritorios, centros de negocios (antes do Sukhumvit), hoteis e muitos spas de massagem. Na Silom Road tambem fica a Pat Pong, duas ruas de bares e lugares de shows de sexo. Curioso que montaram um night market na rua em frente aos bares. Nao tem nada mais decadente do que um neon escrito "super pussy" apagado no meio da tarde, e as portas dos bares abertas com as pessoas arrumando para a noite.

pela placa da rua da para ter uma ideia

Decadente por decadente, eu prefiro a Khao San Road, ainda mais nesse fim de semana com festa de halloween. Animacao total.

E aqui em Bangkok me separo da Beth e do Nick, que vao para o Nepal e India. Nao, obrigada. Eu vou passar mais uns dias em London, baby, mas com saudades da Indochina e das massagens, spas e comida boa.

27.10.10

Luang Prabang, Laos




Sair de Hanoi e chegar em Luang Prabang foi sair de 1000 buzinas por hora para nenhuma. De 80 para 8.

Luang Prabang eh uma cidade pequena, turistica, cheia de templos budistas e um palacio real, da epoca que o Laos tinha reis. A parte principal da cidade consiste de uma rua principal, com casas coloniais, que deve ter 2kms, 2 quarteiroes para os dois lados que dao em 2 rios, o Mekong de um lado e o Nam Khan de outro, e um morrinho no meio. Nessa pequena area tem 20 templos, todos com muito dourado.

rua principal

colonial

templo

porta do templo (tinta dourada nao falta)

tambor

outro templo, com uma arvore de mosaico

Os templos daqui sao escolas de formacao de monges e a cidade esta cheia deles.

monges passeando

Os monges so comem ate meio dia, e toda comida eh doada pela comunidade. Eh um ritual religioso local todos acordarem cedo dar comida aos monges. Eles saem em fila pela rua e vao pegando o que oferecem.

fila

mulheres esperando a fila passar (uma delas eh gringa participando do ritual)

monges recebendo a comida

Observacao do Nick: "Eu tambem quase fui monge. Quando trabalhava na plataforma acordava as 5 da manha, vestia um macacao laranja, comia um arroz grudento e vivia com almas perdidas.".

Tambem eh uma cidade de turismo de aventura. Aqui oferecem rafting, bicicleta off road, fazenda de elefantes, trekking nas montanhas, cachoeiras, etc. Tem tambem turismo relax como um passeio pelo Rio Mekong, muitos lugares para fazer massagem e bons restaurantes.

no rio mekong

A comida do Laos eh um pouco diferente dos outros lugares da Indochina em que estivemos. O prato tradicional daqui eh o sticky rice, um arroz unidos venceremos feito no vapor. O sticky rice vem numa cumbuca de palha e voce tira com a mao, faz um bolinho e coloca no molho, ou junta com a carne, vegetais, etc.

sticky rice

A maior parte dos hoteis aqui nao oferecem cafe da manha, mas a cidade eh cheia de cafes e restaurantes proprios para isso. Alias, uma das atividades locais eh ficar sentada num desses cafes vendo os monges, os turistas e o tempo passar.

A noite, a rua principal fica ainda mais bonitinha coma luzes vindo das lojas e restaurantes. Na rua principal tem o night market, tambem conhecido como: feirinha. Foi uma das feirinhas mais organizadas e limpas que ja vi, alem de ter um artesanato muito bonito e colorido com muitos trabalhos em seda feitos a mao. O interessante eh que na feirinha so tem mulheres vendendo.

luang prabang by night

night market

esses banquinhos sao para o cliente sentar, ver o produto e negociar

Os locais sao educados, mas nao esbanjam a simpatia dos vizinhos cambojanos. As mulheres andam com uma especie de saia-canga e os homens sempre de calca e camisa. Para entrar nos templos tem que cobrir os ombros.

Passeamos um pouco pela estrada, o transito eh mais educado, ninguem buzina, tem poucos carros e motos. Os tuk tuks sao diferentes dos da Tailandia e do Camboja, os daqui cabem 6 pessoas atras e a moto eh off-road. O que me impressionou na estrada foram as criancas andando no quase-acostamento, a mais velha devia ter 6 anos, e elas vao tranquilamente. Os carros nao correm, ninguem eh estressado e a sensacao de perigo eh zero.

tecendo com seda

O Rio Mekong, tem 4.350km vem da China, passa aqui no Laos, na Tailandia, no Camboja e desemboca no Vietnam. Aqui em Luang Prabang ele eh barrento, e com uma correnteza forte.

barquinhos no mekong

eh melhor nao roubar, as aguas do mekong nao perdoam

Amanha saimos da calma e voltamos para Bangkok. De 8 para 75.

Mais fotos do Laos no Flickr.